Todo mundo sabe que não é certo atravessar a rua no farol vermelho, mas ainda assim em vários momentos fazemos isso porque não está vindo carro e temos pressa. Pois bem, como o governo pode conscientizar as pessoas para reduzir essa prática? Na França, o órgão estatal responsável pelos transportes foi criativo e impactante na solução encontrada. Um sensor colocado dentro de um painel na calçada acionava um som alto de pneu fritando toda vez que alguém atravessava a rua no farol vermelho. As pessoas obviamente se assustavam e o painel fotografava a reação para então estampá-la como um anúncio de conscientização.

Veja o vídeo da ação:

Memória de longa duração

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O destaque para esse filme é por conta de um conceito da psicologia que tem tudo a ver com a ação do governo francês: memória de longa duração. Nesse mundo de estímulos permanentes, 99% do que recebemos acaba no lixo do nosso cérebro (não se desespere, são apenas as memórias de curta duração). Mas e aquele 1%? Aquele 1% é o que fica, justamente as memórias de longa duração.

Tudo isso para mostrar o impacto sobre as pessoas que viveram a “pegadinha” um tanto desagradável, dificilmente elas vão se esquecer daquele momento. Podemos nos arriscar a dizer que, a partir de agora, toda vez que atravessarem a rua vão se lembrar de quando sentiram um medo real de serem atropeladas. Se isso é bom ou ruim já é outra discussão, mas o ponto central está na eficácia da ação. O objetivo inicial de conscientizar foi cumprido, não apenas em relação a quem esteve diretamente envolvido com a ação, mas também aqueles que viram na internet.

Efeito viral é valioso

Quando uma campanha é criativa e ao mesmo tempo impactante, um efeito natural é o compartilhamento em massa que amplia seu alcance. No caso de uma campanha de conscientização, o valor pode ser considerado redobrado porque o objetivo final é salvar vidas.

Basta pensar que aqui no Brasil a ação virou notícia em alguns veículos especializados. Será que ela teria esse alcance se não fosse tão fora da curva?

A história da propaganda está repleta de ações de conscientização que reverberaram por conta do impacto que provocaram. As causas são as mais diversas, desde a segurança no trânsito até a preservação ambiental e os malefícios do cigarro. Campanhas chocantes funcionam também quando aparentemente não há uma causa envolvida. No caso da Benetton, por exemplo, em teoria a causa era vender roupas, mas a marca levantou a voz na luta contra o racismo e a AIDS. Conhece essa história? Confira aqui.

A ideia do painel que assusta os pedestres nos mostra que chamar a atenção nem sempre é agradável para quem vive a experiência. Mas o valor está no efeito positivo que a ação causa na sociedade.