Nas últimas semanas o número de lives nas redes sociais têm aumentado intensamente. Artistas, programas e até mesmo os usuários “comuns” estão utilizando esse recurso.
As marcas também aproveitaram esse momento para se divulgaren por meio dos artistas, assim como Brahma, Rappi e Magazine Luiza.
As próprias redes sociais se manifestaram a respeito dessa tendência, onde na impossibilidade de realizar eventos físicos, empresas e figuras públicas têm procurado aumentar sua presença online para manter a relação com os consumidores.
“Notamos um aumento no interesse do usuário pelo termo ‘live’ nas pesquisas no YouTube. Utilizando a ferramenta pública Google Trends é possível ter uma ideia desse crescimento. Também percebemos que muitos criadores e artistas têm nos procurado para saber como podem fazer lives, e também como participar da campanha #FiqueEmCasaComigo, uma iniciativa do YouTube para estimular que as pessoas que podem fiquem em casa neste momento”, confirma Patricia Muratori, diretora do YouTube Brasil.
Na ferramenta de tendências do Google, no Brasil, o termo saltou de uma média de cinco buscas por dia nas duas primeiras semanas de março para um pico de cem buscas na sexta-feira passada (10/04).
De acordo com o Facebook, o aumento significativo no uso dos recursos de Live das plataformas vai além do entretenimento. “Temos visto um aumento no uso do Facebook Live nas últimas semanas com pessoas ao redor do mundo usando a ferramenta para se conectar com amigos, familiares e comunidades neste período de isolamento social. As pessoas querem estar próximas e o formato ao vivo, social e interativo da live permite compartilhar momentos juntos e, em tempo real, mesmo estando distantes”, diz Mauro Bedaque, líder de parcerias de Entretenimento do Facebook para a América Latina. Desde que a ferramenta foi lançada, em 2016, o Facebook contabiliza 8,5 bilhões de transmissões ao vivo realizadas.
“A interação em tempo real, com as conversas acontecendo simultaneamente à transmissão, faz toda a diferença quando pensamos em compartilhar momentos, mesmo que de forma virtual. É diferente de assistir a um show gravado, por exemplo, em que você não consegue sentir as mesmas emoções que o público sentiu quando o evento foi gravado. Por isso que as transmissões ao vivo, especialmente quando há espaço para uma conversa direta entre artista e fã, estão sendo muito utilizadas por figuras públicas”, avalia Joema Martins, gerente de parcerias do Twitter para a América Latina. Por lá, a empresa notou um aumento de engajamento no número de usuários e nas impressões nas contas dos artistas realizando transmissões ao vivo no próprio Twitter ou fora dele.
Existem lives para todos os públicos, desde aulas culinárias com chefs reconhecidos a transmissões ligadas a espiritualidade, como as do papa e do padre Marcelo Rossi. Além das lives com objetivo de informar sobre a situação da doença, como têm feito a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde do Brasil e veículos de comunicação.
Para o Facebook, as boas práticas de uso incluem escolher a audiência e selecionar quem pode acessar o conteúdo (amigos, familiares, um grupo específico ou o público geral); pensar no tempo de transmissão e de que forma gravar (verticalmente, horizontalmente, com zoom ou não); criar uma identidade visual do vídeo para ajudar o público a associar o conteúdo à página ou pessoa que está transmitindo; planejar conteúdos que gerem conversas e interações; participar respondendo os usuários que estão interagindo; e usar efeitos visuais, como filtros, para deixar a criatividade e originalidade fluírem. O Facebook oferece métricas relacionadas ao número de usuários presentes na transmissão, número de reações, comentários e compartilhamentos. Para páginas, ainda é possível acessar detalhes de performance.
No YouTube, o recomendado para uma transmissão ao vivo de sucesso é saber qual é o objetivo da transmissão e se o interlocutor irá interagir com os usuários; estruturar um roteiro para emitir as mensagens principais ou calls-to-action; convidar outro apresentador para manter a animação do conteúdo; ter um moderador dos comentários; e promover a live nas redes sociais e no próprio canal onde ela será transmitida com banners, descrições, teasers e demais peças.
O Twitter acredita que incentivar essas conversas seja a principal função desse formato. Outras dicas de boas práticas: comunicar o horário da transmissão com antecedência, estimular o público com temas ou músicas a serem abordados durante o evento, convidar amigos influentes a participarem, interagir com a audiência.
As marcas, claro, podem estar presentes em conteúdos de terceiros ou até mesmo buscar alguma alternativa para fornecer seu próprio conteúdo. O Facebook permite que criadores usem uma tag de conteúdo patrocinado e a inclusão de logos, marcas d’água e elementos gráficos no vídeo. No Youtube o dono do canal pode ativar a monetização para transmissões ao vivo com anúncios que precedem ou acontecem durante a transmissão e anúncios gráficos e de sobreposição exibidos ao lado ou sobre o conteúdo. Também é possível habilitar a função Super Chat, em que o usuário assistindo à live pode comprar mensagens de chat que se destacam e, em alguns casos, fixá-las no topo do feed de chat. As ativações de marcas são negociadas diretamente com os criadores de conteúdo.