Ainda são raras as agências que têm em seus postos mais altos de criação profissionais formados no ambiente digital. Mas isso começa a mudar, no que podemos classificar como um caminho sem volta. No Brasil, tivemos um bom exemplo no início do mês, com a escolha de Domenico Massareto para o cargo de CCO (Chief Creative Officer) da Publicis. O publicitário traz na bagagem a criação da ID – operação digital do grupo TBWA.
O movimento de mudança é resultado direto do ganho significativo de espaço da internet sobre as mídias tradicionais. Mas até o momento há certo ceticismo sobre os profissionais que se consagraram em estratégias digitais. Existe espaço nas agências, mas são raros os casos em que eles ocupam cargos da alta liderança. A consequência mais imediata de uma escolha como a que foi feita pela Publicis é um ganho significativo de qualidade nas estratégias digitais. É possível interpretar, ainda, como uma adequação ao novo mercado, em que os próprios clientes cobram criatividade para além das mídias convencionais.
“Mobile first”
A crescente atenção que a internet recebe de agências passa cada vez mais pela preocupação especial com criações customizadas para smartphones. O chamado “mobile first” tem norteado campanhas e se mostra a solução mais lógica para o atual momento. Esse tipo de iniciativa impacta muito mais pessoas e, por consequência, tem maior potencial viral. Hoje é preciso pensar digital, mas antes disso pensar no digital dentro de uma tela de no máximo 6 polegadas. A audiência está ali e não há perspectiva de alteração nesse rumo.
Diante deste cenário, nada mais natural do que um movimento das agências em direção a líderes e profissionais mais experimentados na criação para plataformas digitais.