No dia 20 de novembro foi celebrado o Dia da Consciência Negra e o Google apresentou um
estudo inédito: “Consciência entre urgências: pautas e potências da população negra no
Brasil”, realizado em outubro desse ano, pela consultoria Mindset-WGSN e o Instituto
Datafolha. Nele consta um panorama dos temas considerados mais importantes e urgentes
para as pessoas que se autodeclaram pardas e pretas no Brasil.
Dividida em duas fases (qualitativa e quantitativa), a primeira foi realizada com sete
especialistas (sociólogos, filósofos e historiadores), três grupos qualitativos em São Paulo, Rio
de Janeiro e Salvador e seis YouTubers. Em sua segunda fase, foram consultados 1.225
entrevistados que se autodeclararam pretos e pardos (homens e mulheres, maiores de 16
anos, de todas as classes nas cinco regiões do país, incluindo áreas metropolitanas e interior).
Desses entrevistados, 68% afirmam que não se sentem representados pelas marcas em geral.
Os que se declaram como pretos (73%) se sentem menos representados na publicidade que os
pardos (66%). Quando se trata do Dia da Consciência Negra, 69% acreditam que a abordagem
das marcas é vazia, oportunista e superficial.
Para a maioria (91%) a data é importante para manter vivos na memória heróis e heroínas
negros. Para as classes mais baixas a data é ainda mais importante, onde 85% dos
entrevistados de classes D e E concordam que é além de tudo, um momento de luta. Enquanto
para os entrevistados das classes A e B o número é menor (72%).
Segundo o estudo, as cinco maiores urgências para a população negra, por ordem de
classificação, são: inclusão no mercado de trabalho; racismo estrutural e institucional;
feminismo negro; genocídio e políticas afirmativas. Entre os grupos, a pesquisa aponta que as
classes D e E são as possuem mais vozes ativas dentro do debate racial. Dos entrevistados,
metade se considera ativistas de movimentos negros no país.