A evolução da internet e das redes sociais é mesmo capaz de nos surpreender. A novidade mais recente vem diretamente da Rússia: uma vending machine que oferece likes e seguidores para Instagram e VKontact (uma espécie de “Facebook russo”). Não há indicativo de sucesso do modelo, mas o fato é que esses likes comprados vêm de perfis falsos, que, embora proibidos e frequentemente banidos, surgem a todo momento. Mais curioso é ver a Rússia – que até outro dia representava a antítese do capitalismo – trazer uma ideia tão capitalista como uma vending machine de likes.
E agora, Zuckerberg?
O surgimento de novidades como esta acende um alerta importante para o Mark Zuckerberg, líder absoluto de Facebook e Instagram. Se os likes em postagens se provam tão artificiais, a credibilidade das redes sociais diminui e as pessoas podem iniciar um processo de desconexão. Isso se soma às já conhecidas “fazendas de likes”, em que robôs geram milhões de likes automáticos.
As curtidas artificiais podem afastar não apenas as pessoas das redes sociais, mas também as empresas, que começam a ver com desconfiança os likes que recebem em campanhas realizadas dentro do Facebook e do Instagram. O desafio de Zuckerberg é intensificar a luta contra os robôs que distribuem likes automáticos. Ele também precisa ter bastante atenção com as notícias falsas que têm minado a confiança das pessoas no Facebook. A eleição de Donald Trump, por exemplo, foi atribuída em grande parte à disseminação de notícias falsas que prejudicaram Hillary Clinton.
Até o momento, a vending machine parece apenas uma ideia maluca surgida na Rússia, mas não podemos descartar que ela ganhe corpo e chegue a outros países. O simples aparecimento de algo assim já coloca em dúvida o que é real e o que é virtual na imensidão de posts que vemos diariamente nas redes sociais.