Os apps de transporte sempre estiveram no centro de várias polêmicas. Se no início era preciso provar sua legalidade, hoje tem ficado cada vez mais necessário que companhias como Uber, 99, Cabify etc consigam convencer seus consumidores de que utilizar seus apps é algo minimamente seguro.
A crise vem após diversos relatos de assédio e até mesmo estupro dentro dos carros de motoristas que trabalham nestes apps. A questão é que estes não são problemas novos para estas companhias. Eles aumentaram junto com a demanda deste tipo de serviço e também com outro fator crítico: a negligência das reclamações dos usuários.
Diversas pessoas já passaram por situações embaraçosas em apps de transporte. A grande maioria delas acaba recorrendo às empresas para realizarem reclamações. Na maioria das vezes, as empresas preferem encobrir o caso, dando descontos ou vouchers dentro do próprio app, ao invés de realizar uma investigação mais a fundo do que aconteceu que se repita. O resultado é um mercado que rapidamente cresceu junto com seus problemas.
Os últimos acontecimentos deixaram os consumidores (principalmente as mulheres, principais vítimas de assédio dentro destes veículos) com medo de optar pelo transporte por app. Notando este cenário, empresas como a 99 aproveitaram para reforçar a opção de chamar uma motorista mulher por meio do app. Novos apps também tem surgido no cenário com a mesma proposta. No entanto, a solução é questionada por gerar ainda mais segregação, ao invés de respeito.
Uma coisa é fato: diante de um mercado cada vez mais competitivo, as companhias de transporte precisarão mostrar que conseguem oferecer o mínimo de segurança para continuar crescendo. E a maneira mais fácil de conseguir isso será escutar seus clientes. Algo que até então não vem sendo feito.