Por incrível que pareça, a resposta é sim.
Uma pesquisa da Bain & Company que envolveu 7.000 pessoas em 10 países concluiu que os integrantes da geração #hashtag – que agrega usuários assíduos de internet, não importando a idade – estão dispostos a pagar por conteúdo.
Essa conclusão desafia nosso senso comum. Intuitivamente, nós pensamos que existe, nesse grupo, uma aversão a pagar por conteúdo pela facilidade com que nós crescemos baixando músicas e livros gratuitos na internet nos últimos quinze anos.
Achamos que o cenário é ainda mais desfavorável no Brasil, onde reina o onipresente “jeitinho brasileiro”.
Só que a perspectiva não é tão pessimista: o brasileiro começa a acatar o conteúdo pago por causa da explosão de serviços como Netflix e Spotfy.
Nos Estados Unidos, o streaming de música desbancou as vendas de CDs em 2014; e os noticiários online já atingiram 89% de penetração de mercado em países desenvolvidos.
Quem ainda apresenta crescimento moderado são os livros digitais, que fora do eixo Estados Unidos-Reino Unido enfrentam resistência. Mesmo assim, a adoção já chegou a 38% em mercados desenvolvidos.
Alguns comportamentos que podem explicar em partes essa disposição curiosa da geração #hashtag a pagar por conteúdo são as microcompras (comprar uma faixa e não o álbum completo; comprar um episódio e não a temporada completa) e as assinaturas em sites que oferecem um conteúdo exclusivo aos pagantes.
Ainda de acordo com a pesquisa, as novas gerações também demonstram preferência pelo conteúdo exclusivamente digital, em especial aquele que pode ser consumido por aparelhos móveis.
Portanto, não subestime o impacto do conteúdo (de qualidade) pago.